Como PewDiePie está se libertando do Google: alternativas livres e privacidade

PewDiePie compartilha o caminho que o está libertando do Google, com alternativas livres (open source) e foco em privacidade. São soluções em várias frentes tecnológicas interessantes para quem busca mais liberdade e autonomia digital.

Adicionado a 22 de julho de 2025, por Facínora. | Acesse à descrição completa

Neste vídeo publicado originalmente em 26 de julho de 2025, o incrivelmente popular PewDiePie compartilha, com muito humor e sinceridade, o caminho que o está libertando do Google, com alternativas livres (open source) e foco em privacidade.

Motivado por preocupações com controle digital e cobranças abusivas por armazenamento, Felix Kjellberg conta em detalhes as soluções que adotou em várias frentes tecnológicas, o que acabou resultando em um sensacionalmente interessante “manual informal” para quem busca mais liberdade e autonomia digital.

Abaixo, listamos as principais mudanças que PewDiePie fez, com base fiel no que pude entender no vídeo, acrescentando links de referência para cada alternativa mencionada. Acho que vai ajudar, especialmente pra quem não entende inglês (embora dê para traduzir as transcrições automáticas na barra de reprodução do YouTube de boa).

Para substituir o Google Search, PewDiePie passou a usar o DuckDuckGo, um buscador que tem como principal bandeira o respeito à privacidade do usuário — não rastreia, não cria perfis, e tenta evitar a bolha de resultados personalizados, destacando como a maioria das pessoas é apenas desatenta ou preguiçosa quanto a essas questões.

Ele comenta que, mesmo não sendo perfeito em todos os casos, o DuckDuckGo já resolve boa parte de suas buscas cotidianas. Eu atesto isso.

É uma troca que prioriza privacidade e independência, mesmo com uma pequena perda de refinamento nos resultados e eventuais frescuras.

Alternativa ao Chrome: Brave

No lugar do navegador Google Chrome, PewDiePie agora utiliza o Brave, também é baseado no Chromium (o projeto de código aberto por trás do Chrome), mas com foco em privacidade e desempenho.

O Brave bloqueia anúncios por padrão, não rastreia o comportamento do usuário, e ainda oferece um sistema de recompensas via criptomoeda (BAT), meio capenga, mas geralmente funciona.

PewDiePie também diz que o Brave “parece mais rápido”, o que é um atrativo extra, principalmente para quem já está acostumado com a agilidade do Chrome. Dá também para trocar o Chrome em favor do Firefox (com ajustes para mais privacidade). É um bom navegador mesmo.

Alternativa ao YouTube: PeerTube

PewDiePie é uma das maiores figuras da história do YouTube e deu a entender que não vai sair desta plataforma. Mas eu citaria o Odysee, Rumble e o Bitchute. Não garanto privacidade em todos, mas todos já tem público, engajamento e prometem liberdade de expressão. Alguns tem até monetização já. Você não precisa de largar o YouTube, que ainda está bem à frente de todos eles, mas pode publicar lá também para diversificar o seu público e, quem sabe, ganhar um troco extra.

Tem também o o PeerTube, uma plataforma de vídeos descentralizada que funciona com base em federação — ou seja, cada servidor é independente, mas pode se comunicar com outros (como no Mastodon). O PeerTube ainda está longe de ser popular, mas valoriza a liberdade e o controle que oferece, além da ausência de publicidade invasiva.

Alternativa ao Gmail: Proton Mail

Para o e-mail, PewDiePie deixou de lado o Gmail em favor do Proton Mail, serviço criado por cientistas do CERN e sediado na Suíça que realmente é muito bom. Seu foco é na privacidade e segurança: os e-mails são criptografados de ponta a ponta, e nem mesmo a empresa pode acessá-los.

Felix não entra em muitos detalhes técnicos, mas reforça que gostou da ideia de sair do ecossistema do Google também nesse ponto — ainda que a interface do Proton Mail seja um pouco mais simples e tenha menos armazenamento.

PewDiePie também optou por pagar um domínio próprio e configurar seu próprio sistema de e-mail. É interessante pra caramba mesmo, mas aí você vai ter que gastar todo ano para renovar.

Alternativas ao Google Drive

Para armazenamento em nuvem, a escolha foi o Nextcloud, uma solução de nuvem privada de código aberto. Ao contrário do Google Drive, o Nextcloud exige um pouco mais de configuração, mas oferece total controle sobre os arquivos — inclusive com a opção de auto-hospedagem. É uma escolha mais técnica, mas ele diz ter gostado da sensação de liberdade, mesmo que o visual não seja tão polido quanto o da Google.

Se bem entendi, rejeitando a cobrança de US$ 20/ano por 100 GB, o PewDiePie também adotou o File Browser em seu servidor pessoal, com scripts via SSH para upload/download entre dispositivos.

Celular: GrapheneOS no lugar do Android convencional

Para o sistema do celular, PewDiePie manteve o hardware (Pixel 9) mas substituiu o Android por GrapheneOS, um sistema operacional voltado à privacidade e segurança, que inclusive permite isolar apps em perfis distintos e controlar o acesso à internet por app.

Senhas – Vaultwarden via self-hosting

Felix disse que passou a usar Vaultwarden, uma versão leve e open-source do Bitwarden, hospedada por ele mesmo usando um Raspberry Pi 5, o que é bem interessante. Substitui serviços pagos de gerenciadores como 1Password ou LastPass.

Aplicativo de anotações: Joplin

Para notas sincronizadas entre dispositivos, PewDiePie optou por Joplin, que tem apps para desktop e celular, e pode ser auto-hospedado para garantir privacidade.

Inteligência Artificial – Modelos locais como Mixtral

Para IA, ele escolheu rodar modelos locais como o Mixtral diretamente em seu computador, evitando serviços na nuvem que coletam dados e exigem assinatura.

Serviços Integrados – Nextcloud como solução unificada

Cansado de procurar alternativas para cada serviço (Docs, Calendar, Contatos), ele adotou pra isso também o Nextcloud, que oferece tudo isso de forma auto-hospedada, com possibilidade de criar subdomínios e configurar autenticação robusta. Tem mais alternativas ao Docs também.

Alternativa ao Google Maps: GPS do carro

Reconhecendo que o Google Maps é um dos mais difíceis de substituir, ele optou por usar o GPS nativo do carro, especialmente no Japão, mas admite que esse é o ponto mais fraco da migração. Vou sugerir aqui o OpenStreetMap, alternativa para PCs já bem usada, e OsmAnd, um aplicativo grátis e open source de mapas para Android e iOS offline baseado em dados do OpenStreetMap. Tem mais também.

Considerações finais

No fim do vídeo, PewDiePie reflete sobre como essas mudanças o ajudaram a recuperar o controle sobre sua própria experiência digital, destacando que não se trata apenas do Google, mas de um modelo mais amplo de controle, rastreamento e assinaturas forçadas imposto pelas big techs.

Mesmo com soluções improvisadas como o uso da Steam Deck para hospedar serviços, Felix reforça que é possível começar com o que se tem à mão, aprender no processo e obter mais autonomia digital:

“Estou finalmente livre dos senhores da tecnologia. E valeu 100%.”

Ah! E mesmo eu já tendo lidado com este assunto antes, várias vezes, achei sensacional. Um vídeo eletrizante.

Só falta agora você deixar o que achou nos comentários.

Abraços!

Mais informações e informática

Visão geral

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
0
Would love your thoughts, please comment.x