Análise do vinho Casillero del Diablo

Um vinho seco que deve ainda estar com excelente custo/benefício.

Atualizado a 22 de abril de 2025 por Facínora.

Neste post, trazemos a análise que fiz deste vinho Casillero del Diablo, um Carmenere, o qual achei numa na promoção hoje (na verdade em 2015) num supermercado, quando uma garrafa estava custando milagrosamente apenas umas 23 pilas, e era a última dos moicanos. Hoje em dia, com o governo do amor, deve estar uma fortuna, mas isto é outro assunto.

Acontece que eu já conhecia o Casillero del Diablo antes, mas lembrei que ainda não tinha feito uma resenha sobre ele, sendo que é a marca que eu geralmente mais compro (comprava), por não ser tão cara e não ter erro: todas as uvas que experimentei dela são boas (Cabernet Sauvignon, Carmenere e Merlot).

Não sou especialista e nem sei fazer análise profissional deste tipo de birita, entretanto, achei umas análises a respeito do Casillero del Diablo, com a uva Carmenere, que parecem concordar com estes pontos:

Origem e Terroir – Produzido no Vale Central do Chile, região reconhecida por suas condições ideais para o cultivo da uva Carménère. O terroir chileno confere ao vinho características únicas, destacando-se pela intensidade e complexidade aromática.
Visual – Apresenta uma coloração vermelho escuro profundo, evidenciando sua intensidade e qualidade visual.
Aromas (Olfativo) – No nariz, exala notas de frutas maduras, como ameixas pretas e groselha, complementadas por toques de chocolate preto, café tostado e especiarias.
Paladar (Gustativo) – Em boca, revela-se um vinho de corpo médio, com taninos arredondados e acidez equilibrada. Os sabores de frutas escuras são intensos, acompanhados por notas de tostado provenientes do envelhecimento em barris de carvalho francês.
Harmonização – Versátil, harmoniza bem com carnes de caça, legumes assados, massas com molho de tomate e queijos variados .
Reconhecimento Internacional – A safra de 2019 foi destacada pela revista Wine Enthusiast como uma das “Top 100 Best Buys”, ressaltando seu excelente custo-benefício e qualidade.
Curiosidade – A uva Carmenere, originária de Bordeaux, foi considerada extinta após a praga da filoxera no século XIX. Redescoberta no Chile no final do século XX, adaptou-se perfeitamente ao clima e solo do Vale Central, tornando-se emblemática na viticultura chilena.

Agora eu, no auge de minha ignorância, posso dizer com segurança que, além de ser um vinho bom e não ser muito caro (novamente, pelo menos na época), a história por trás do seu nome, “Casillero del Diablo”, é interessantíssima. Remonta-se o Chile do fim do século 19, quando uma cepa trazida da Europa para cultivar no país começou a render um vinho de qualidade e tudo mais. Daí, o produtor, Don Melchior de Concha y Toro (ou seja, é um Concha y Toro), reservou para si uma parte dos melhores que saiam, mas aí os vagabundos começavam a assaltar esta sua bodega e os vinhos desaparecendo.

Para evitar que isso continuasse, Don Melchior espalhou que esta sua reserva era guardada pelo Diabo (e daí o nome do vinho e este desenho do capeta que se vê em destaque). O boato pegou e se espalhou rapidamente. Muita gente afirmou até ter visto o capiroto por lá, e isso acabou virando uma lenda que, se a calhar, dura até hoje.

Tem este vídeo que eu achei no site oficial da marca que fala um pouco sobre isto também:

Eu acho muito sinistra essa história. Também acho maneira o “layout” do rótulo, com esta fonte estilo antiga, parecendo algum livro medieval sobre o assunto. Gostaria de saber mais sobre ela, ver algumas fotos do local e tal. Só não sei se tinha coragem de visitar a bodega.

Vai saber né? Imagina você chega lá é vê um capeta tipo o Bundefora da Vaca e o Frango tomando vinho.

Que cena…

Foto da garrafa

É isso aí.

Essa resenha vagabunda foi publicada originalmente em 4 de janeiro de 2015 no blog Contos do Mausoléu. Resolvi trazer pra cá e transformar o post lá em um conto baseado na lenda, com figura e tudo mais.

Reconheço que não é muito útil, mas quem sabe, se algum dia eu tiver dinheiro novamente para comprar um Casillero del Diablo, volto aqui e faço uma análise mais bem trabalhada. De qualquer maneira, pelo menos na época da publicação original, é um vinho seco com excelente custo/benefício. Acho que não tem como se arrepender. Pode ser que a qualidade tenha flutuado desde então, mas acho que não, tem cara de ser algo bem cuidado e bem trabalhado. O preço é que deve estar salgado.

Bom, chega de papo furado.

Deixe sua análise do Casillero del Diablo nos comentários pra ajudar a gente!

Abraço!