Na Mira do Tira - Está todo mundo morto?

Neste vídeo originalmente publicado em 7 de maio de 2025 no canal Coleção em Ação Show, o Teily Fábio aborda Na Mira do Tira (Sledge Hammer!), uma hilária e à frente do seu tempo série dos anos 80 que deixou a audiência especulando se todo mundo está morto depois do que seria seu prematuro final.

Estrelada por David Rasche como o detetive Sledge Hammer, a comédia pastelão misturava ação policial com humor absurdo, conquistando fãs no Brasil e no mundo. Mas será que a série foi um sucesso? E aquele final com uma bomba nuclear matou mesmo todo mundo? Vamos mergulhar na nostalgia e nas curiosidades dessa pérola dos anos 80 que marcou os domingos da Globo (e depois foi para a Manchete).

Um tira mais durão que o revólver

Sledge Hammer é o policial mais bruto da ficção (se bem que nem tanto quanto o Dirty Harry, segundo ele mesmo), um cara que fala com seu revólver .44 Magnum (com cabo de madrepérola!) e resolve tudo na base do tiro – ou da porrada. “Confia em mim, eu sei o que estou fazendo“, dizia, enquanto destruía propriedades “públicas” e privadas sem distinção.

Com seu Dodge St. Regis verde-limão furado de balas e um adesivo “Eu amo violência“, Hammer era uma paródia de heróis como Dirty Harry, com quem aprendeu a fazer cara feia sem chupar limão. Ao lado da parceira Dori Doreau (Anne-Marie Martin) e sob as broncas do Capitão Trunk (Harrison Page), ele enfrentava casos absurdos, como assassinos de imitadores de Elvis, com um humor que misturava pastelão e ironia.

Uma paródia que pegou carona no sucesso

Lançada em setembro de 1986 pela ABC, Na Mira do Tira foi criada por Alan Spencer, fã confesso de Dirty Harry. A série surfou na onda de Tiro Certo (inspirada no mesmo Clint Eastwood) e trouxe uma versão cômica do gênero policial.

Entretanto, qnquanto Tiro Certo e A Dama de Ouro (com Jamie Rose, a “Dirty Harry de saias”) eram sérias, Sledge Hammer! exagerava de propósito, algo feito também pela série Police Squad! (do Corra que a Polícia Vem Aí). Hammer atirava em objetos, desarmava vilões com precisão de desenho animado e, curiosamente, só acertou uma pessoa por acidente – fora de cena! A dublagem brasileira, com Dionísio de Castro pela Herbert Richers, elevou o personagem a outro nível, com um tom que tornava cada fala ainda mais icônica.

Sucesso no Brasil, azar na ABC

Na Mira do Tira estreou no Brasil em 22 de março de 1987, na Globo, e virou febre nas tardes de domingo, ao lado de Tiro Certo e Anjos da Lei. Com 41 episódios divididos em duas temporadas, a série atingiu 19 milhões de telespectadores nos EUA em seus primeiros episódios e foi elogiada pela crítica. Mas a ABC, inexplicavelmente, tentou enterrá-la.

Mudanças constantes de horário e a decisão de cancelar após a primeira temporada (22 episódios) quase mataram o programa. No Brasil, a Globo insistiu por uma segunda temporada, exibida a partir de 1988, e a série ainda passou pela Manchete mais ou menos em 1995 e pelo TCM em anos mais recentes.

O final que chocou: uma bomba nuclear

No último episódio da primeira temporada, Hammer enfrenta terroristas e, fiel à sua fama, detona uma ogiva nuclear, destruindo São Francisco e “matando” todos os personagens. O final, em tom de deboche, zombava de uma possível continuação. Mas a audiência explodiu, com fãs ligando para a ABC e emissoras internacionais (como a Globo) exigindo mais episódios. Resultado? A ABC cedeu, mas colocou a segunda temporada cinco anos antes da primeira, com orçamento reduzido e algumas inconsistências (como Dori não ser parceira de Hammer nesse período). A comédia continuou, mas perdeu um pouco do brilho.

Curiosidades que marcaram época

Na Mira do Tira ganhou gibis pela Marvel, continuando as aventuras de Hammer. No Brasil, o nome da série foi uma criação da Globo, mais marcante que o original Sledge Hammer!. A dublagem de Valdir Santana (Capitão Trunk) e Viviane Farias (Dori) foi tão memorável quanto a de Dionísio de Castro.

E sabia que Hammer usava gravatas fuleiras e óculos escuros como parte de seu charme caótico? Era realmente uma versão over the top do Harry Callahan (o que diz muito). A série também inspirou o humor exagerado de produções futuras, sendo um marco subestimado da comédia policial.

Legado

Na Mira do Tira é mais que uma relíquia dos anos 80: é uma aula de como misturar humor, ação e ironia sem se levar a sério. O final “apocalíptico” e a volta improvável para a segunda temporada mostram o poder dos fãs em uma era pré-internet.

Para quem cresceu vendo Hammer atirar primeiro e perguntar depois, a série é um convite à nostalgia, mas sem aquela vibe melosa – é diversão crua, direta e absurdamente divertida. Relembre, dê risada e, quem sabe, pegue um revólver de espoleta para homenagear o tira mais louco da TV.

Depois, volte aqui e deixe nos comentários o que achou deste seriado, um dos melhores de todos os tempos!

VaLeW!

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