Reginaldo Leme - Histórias inéditas do tricampeão Ayrton Senna

Reginaldo Leme traz histórias inéditas de ninguém menos do que o nosso tricampeão Ayrton Senna, um dos maiores ídolos da Fórmula 1 e do esporte brasileiro em geral, relembrando sua convivência e caminhada ao lado de Ayrton.

Adicionado a 3 de novembro de 2025 Valewson Vídeos, Automobilismo Descrição completa

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Neste episódio da sua série Lendas do Automobilismo, publicado originalmente em 15 de setembro de 2022 em seu canal AutoMotor, o mestre Reginaldo Leme traz histórias inéditas de ninguém menos do que o nosso Ayrton Senna, um dos maiores ídolos da Fórmula 1 e do esporte mundial em geral.

Mais do que uma biografia resumida, o vídeo revela o olhar pessoal de quem acompanhou de perto toda a trajetória do tricampeão, desde os primeiros passos nas categorias de base até os momentos mais marcantes e humanos de sua carreira.

Senna não foi apenas um talento das pistas — foi também uma figura que uniu o Brasil em torno da emoção e da superação. E é sob esse prisma que o Regi revisita episódios decisivos, desvendando aspectos pouco conhecidos da convivência com o piloto e oferecendo uma visão rara sobre sua personalidade e evolução como homem e atleta.

Primeiro encontro e a promessa de um talento

Reginaldo recorda o primeiro contato com Ayrton Senna, ocorrido em 1982, durante o GP da Alemanha, quando o jovem ainda corria na Fórmula Ford 2000 e, com apenas 22 anos, já demonstrava o mesmo profissionalismo e determinação que o acompanhariam até o fim da carreira.

Sem intermediários, Senna foi até o hotel onde Reginaldo estava hospedado para se apresentar pessoalmente — um gesto que revela, já de início, a autoconfiança e o senso de propósito do piloto que, pouco depois, venceria a corrida em Hockenheim, recebendo o troféu das mãos do magnânimo Emerson Fittipaldi, outro ícone brasileiro. Era o início de uma trajetória fulgurante rumo à Fórmula 1.

Testes iniciais à chegada na Fórmula 1

O jornalista relembra com nitidez o primeiro teste de Senna na Fórmula 1, em 1983, realizado pela equipe Williams, a convite do próprio Frank Williams. Segundo Reginaldo, o jovem mostrava tranquilidade e domínio diante das câmeras, além de uma autoconfiança impressionante.

Quando perguntado sobre as diferenças entre o carro da Fórmula 3 e o da Fórmula 1, Senna respondeu com naturalidade: “só é mais rápido”, resposta que poderia soar arrogante, mas traduzia na verdade a certeza de seu próprio potencial — uma convicção que logo se confirmaria.

O brasileiro ainda testou pela McLaren, Brabham e Toleman antes de estrear oficialmente nesta última em 1984. Curiosamente, quase foi companheiro de equipe de Nelson Piquet na Brabham, mas o negócio foi vetado pelo patrocinador, que não queria dois brasileiros juntos. Mesmo assim, Senna seguiu o caminho certo: a Toleman lhe daria o espaço e a independência necessários para demonstrar o que sabia fazer.

Da Lotus à consagração

Com a assinatura de contrato com a Lotus, em 1985, Ayrton deu o salto definitivo. Reginaldo relembra que presenciou pessoalmente a formalização do acordo — inclusive figurando como testemunha do contrato. O piloto exigiu um companheiro de equipe sem grande expressão, para ter mais liberdade técnica dentro da equipe, e estreou de maneira brilhante.

Na segunda corrida pela Lotus, no GP de Portugal, sob uma tempestade, Senna conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1, partindo da pole position, performance que consolidou sua fama de “rei da chuva” e inaugurou uma série de feitos que o colocariam entre os maiores da história do automobilismo.

Em classificações, seu domínio era quase sobrenatural: 40% das corridas que disputou começaram com ele na pole, média que o coloca até hoje entre os quatro maiores de todos os tempos.

Rivalidades, quedas e renascimentos

Reginaldo rememora um dos episódios mais comentados da carreira do tricampeão: o GP de Mônaco de 1988, quando Senna liderava com mais de 50 segundos de vantagem sobre Alain Prost até perder a concentração e bater sozinho, a poucas voltas do fim.

Segundo o próprio Ayrton, a batida ocorreu porque a equipe insistia para que ele reduzisse o ritmo. Para Reginaldo, porém, havia outro motivo: Senna queria dar uma volta em Prost, e esse ímpeto competitivo acabou custando caro.

O episódio marcou o início simbólico de uma das maiores rivalidades da Fórmula 1, mas também revelou a intensidade com que Senna encarava cada volta. A resposta veio no ano seguinte, quando voltou a Mônaco determinado — e venceu, cumprindo a promessa feita a si mesmo e a Reginaldo na noite da derrota anterior.

Lado humano e a reconciliação

Além do mito, Reginaldo mostra o homem por trás do capacete, e recorda uma longa entrevista feita logo após o título de 1988, no Japão, quando Ayrton se emocionou ao refletir sobre sua vida pessoal, os sacrifícios e as pessoas que ficaram para trás. Falou da família, de sua então namorada Adriana Galisteu, e expressou o desejo de “melhorar como pessoa”.

Essa dimensão introspectiva de Senna contrasta com o turbilhão que viria depois — os anos de glória, pressão e isolamento. O jornalista também conta que chegou a se desentender com o piloto por influência de terceiros, e que por quase dois anos Senna se recusou a conceder-lhe entrevistas.

A reconciliação veio em 1992, no circuito de Magny-Cours, quando o próprio Ayrton se aproximou e disse: “a partir de hoje, vamos esquecer tudo que passou”, o reencontro de dois profissionais que se respeitavam profundamente — e, nas palavras de Reginaldo, uma das lembranças mais valiosas que guarda.


As histórias narradas por Reginaldo Leme são mais do que bastidores de um ídolo — são fragmentos de uma convivência que revela o Ayrton Senna humano, obstinado e vulnerável, o jovem que sabia desde cedo que seria campeão e que, no auge da fama, ainda buscava crescer como pessoa.

Ao revisitar esses episódios, Reginaldo não apenas homenageia o tricampeão, mas também reafirma por que Senna permanece, décadas depois, uma das figuras mais emblemáticas do esporte mundial. Sua combinação de talento, coragem e autocrítica o transformou em um símbolo permanente de excelência e superação — dentro e fora das pistas.

Agora, cabe a você deixar suas lembranças do Senna aí nos comentários e o que achou desta emocionante viagem no tempo, que relembra e homenageia um dos pontos mais singulares da história do desporto mundial.

VaLeW.

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