O acidente de Anthoine Hubert
Vídeo do Boteco F1 com participação da jornalista Julianne Cerasoli que conta a história do acidente de Anthoine Hubert, a tragédia que se deu numa prova da Fórmula 2 de 2019, em Spa-Francorchamps, e abalou o automobilismo.
Adicionado a 11 de agosto de 2025, por Valewson. | Acesse à descrição completaEste vídeo, originalmente publicado no canal Boteco F1 ao dia 10 de agosto de 2025, com a participação da jornalista brasileira Julianne Cerasoli, conta a história do acidente de Anthoine Hubert, a tragédia que se deu numa prova da Fórmula 2 em Spa-Francorchamps e abalou o automobilismo.
Antoine Hubert tinha apenas 22 anos, era campeão da GP3 em 2018 e apontado como um dos grandes talentos da sua geração. Entretanto, no dia 31 de agosto de 2019, durante a corrida, na icônica subida de Eau Rouge/Raidillon, uma sequência de eventos em altíssima velocidade mudou tudo em frações de segundo.
Uma carreira promissora interrompida
Hubert fazia parte da mesma geração de Charles Leclerc e Pierre Gasly. Inteligente, consistente e veloz, reunia as qualidades que pavimentam o caminho para a Fórmula 1. Em 2019, corria pela equipe BWT Arden e estava em ascensão.
No GP da Bélgica, largou em 13º, ganhando uma posição logo na primeira volta, mas na segunda, Giuliano Alesi perdeu o controle na subida de Eau Rouge e bateu, deixando detritos na pista.
O momento do impacto
Ralph Boschung reduziu ao ver o acidente, mas Hubert, logo atrás, não teve tempo de reação, e tocou o carro de Boschung, foi lançado contra a barreira de pneus a cerca de 260 km/h (33g de desaceleração) e voltou para o meio da pista. Segundos depois, foi atingido em cheio, na lateral, por Juan Manuel Correa, que vinha a 218 km/h.
Este impacto lateral se mostrou brutal — medido em 81g — e o chassi se partiu. Correa sofreu múltiplas fraturas nas pernas e ficou meses afastado, enquanto Hubert, levado ao hospital, não resistiu.
A atmosfera no paddock
Julianne estava no circuito naquele dia, e lembra que entrevistava Lewis Hamilton quando um barulho seco e altíssimo silenciou o ambiente. Hamilton perdeu o fio da entrevista e todos fixaram o olhar nos telões, percebendo que algo gravíssimo havia acontecido.
No paddock, mecânicos, engenheiros e repórteres compartilhavam um choque silencioso, e até fotografias do local eram raras: a FIA cobriu o carro com lonas para evitar imagens sensíveis.
Consequências e mudanças
O acidente foi considerado “incompatível com qualquer sobrevivência” devido à natureza do impacto lateral e à quebra do chassi. No mesmo dia, a Fórmula 2 cancelou as atividades seguintes. Pouco depois, o número 19 de Hubert foi aposentado, e a FIA criou o “Prêmio Anthoine Hubert” para o melhor estreante da categoria.
Mudanças também foram feitas na área de escape de Raidillon, aumentando a margem de segurança, e o reforço da célula de sobrevivência e das peças dos carros para reduzir detritos em acidentes.
A memória de Hubert
Amigos como Pierre Gasly homenageiam Hubert todos os anos, levando flores ao local do acidente. Muitos acreditam que, se estivesse vivo, o francês poderia estar na Fórmula 1 hoje — talvez até como piloto da Alpine.
Spa-Francorchamps mantém sua glória e seu perigo, e a curva Eau Rouge/Raidillon continua exigindo respeito.
Enfim, este é um dos tristes episódios que servem como um perene lembrete doloroso: mesmo com avanços constantes em segurança, o automobilismo continuará sendo um esporte de risco.
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