As vitórias que Ayrton Senna perdeu enquanto estava na liderança

Descrição completa

Neste vídeo publicado originalmente no dia 10 de janeiro de 2025 em seu canal Boteco F1, Sérgio Siverly relembra as vitórias que o nosso tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna — incontestavelmente um dos maiores pilotos da história —, perdeu enquanto estava na liderança, seja por problemas mecânicos, acidentes ou até condições climáticas adversas. O recorte é específico e revelador: não se trata de derrotas comuns, mas de corridas praticamente vencidas que escaparam nos instantes finais.

Ao percorrer diferentes temporadas, Sérgio expõe como esses abandonos, muitas vezes dramáticos, ajudam a compreender tanto os limites técnicos da Fórmula 1 de outras eras quanto o lado humano de um piloto frequentemente lembrado apenas por seus triunfos.

O GP de San Marino de 1985 e a pane seca coletiva

O primeiro episódio citado ocorre no Grande Prêmio de San Marino de 1985, uma das corridas mais caóticas da história da Fórmula 1. Naquela época, Senna ainda estava no início de sua trajetória, recém-saído de sua primeira vitória em Portugal, e já mostrava impacto imediato: pole position e liderança praticamente de ponta a ponta com a Lotus.

O problema, porém, era estrutural, pois a Fórmula 1 havia então reduzido a capacidade dos tanques de combustível, e o reabastecimento era proibido. Os pilotos precisavam dosar o ritmo para chegar ao final da prova, algo que claramente falhou naquele dia. Nas voltas finais, vários carros começaram a parar por pane seca, entre eles o de Senna, que ficou sem combustível a três voltas do fim. Outros nomes importantes também ficaram pelo caminho, enquanto Alain Prost cruzou a linha em primeiro, mas acabou desclassificado por estar abaixo do peso mínimo. O vencedor oficial foi Elio de Angelis, então companheiro de Senna na Lotus.

Quebras mecânicas decisivas na temporada de 1989

Siverly destaca que 1989 foi um ano particularmente cruel para Senna no que diz respeito a vitórias perdidas na liderança. No GP do Canadá, disputado sob chuva intermitente e clima caótico, Senna assumiu a ponta após diversas reviravoltas e parecia caminhar para uma vitória segura, porém, faltando apenas três voltas, porém, o motor Honda quebrou, encerrando sua prova de forma abrupta. A vitória acabou nas mãos de Thierry Boutsen, em seu primeiro triunfo na Fórmula 1.

Ainda naquela temporada, o GP da Itália, em Monza, trouxe um golpe ainda mais simbólico. Em meio a um ambiente tenso, com a Ferrari recém-anunciando a contratação de Prost para o ano seguinte, Senna fez a pole position e liderou a corrida com tranquilidade. A nove voltas do fim, novamente o motor Honda falhou. Senna rodou devido ao óleo na pista e abandonou, abrindo caminho para a vitória de Prost diante da torcida italiana, que celebrou intensamente mais um infortúnio do brasileiro.

1990: pneus, câmbio e oportunidades desperdiçadas

Na temporada de 1990, Senna começou forte, vencendo três das cinco primeiras corridas, e no GP do México, tudo indicava mais uma vitória: pole position, liderança sólida e Prost largando apenas em 13º. Mesmo com a recuperação do francês até o segundo lugar, não havia ameaça direta. Entretanto, faltando doze voltas para o fim, porém, um problema no pneu traseiro comprometeu o desempenho de Senna. Prost o ultrapassou, e pouco depois o pneu estourou definitivamente, forçando o abandono.

Ainda em 1990, no GP da Austrália, corrida histórica por marcar a prova de número 500 da Fórmula 1, Senna largou na pole e abriu larga vantagem, só que apesar de já ter garantido o título anteriormente, caminhava para uma vitória dominante quando, a dezenove voltas do final, o câmbio da McLaren travou. O carro escapou em uma curva de baixa velocidade, encerrando mais uma liderança que não se converteu em triunfo.

Monza 1988 e o único revés da McLaren

O vídeo também revisita um dos episódios mais emblemáticos da história da Fórmula 1: o GP da Itália de 1988, onde a McLaren MP4/4 dominava completamente a temporada, e Senna liderava com folga após Prost abandonar por problema mecânico. Faltando apenas duas voltas para o fim, um retardatário, Jean-Louis Schlesser, acabou se envolvendo em um toque com Senna na primeira chicane de Monza, o que fez o brasileiro rodar, quebrar a suspensão e abandonar.

O resultado foi histórico: dobradinha da Ferrari com Gerhard Berger e Michele Alboreto, na primeira vitória da equipe após a morte de Enzo Ferrari e a única corrida da temporada não vencida pela McLaren.

Mônaco 1988: a derrota mais dolorosa

Por fim, Sérgio Siverly trata daquela que talvez seja a derrota mais emblemática de Ayrton Senna, o que se deu no GP de Mônaco de 1988, quando o brasileiro conquistou uma pole avassaladora e construiu quase um minuto de vantagem sobre Prost durante a corrida. Infelizmente, faltando doze voltas para o fim, sem pressão direta e com a vitória praticamente assegurada, Senna bateu na curva da Portier.

A transmissão mostrou apenas a McLaren estampada no guard rail, e senna não retornou aos boxes e foi direto para casa, um episódio que marcaria profundamente sua relação com o erro, a concentração e os limites entre controle e excesso.

Vitórias que não vieram, legado que permaneceu

O vídeo deixa claro que o mundo do automobilismo não é feito apenas de vitórias, champanhe e celebrações. Mesmo um piloto do calibre de Ayrton Senna esteve sujeito a falhas mecânicas, decisões alheias e erros próprios nos momentos mais decisivos. Paradoxalmente, são esses episódios que ajudam a compreender por que sua trajetória segue sendo tão estudada e debatida até hoje.

As vitórias que Senna perdeu enquanto liderava não diminuem seu legado, mas, pelo contrário, revelam a dureza da Fórmula 1, os riscos constantes da competição e a dimensão humana por trás de um nome que se tornou eterno no esporte.

E você? Lembra de alguma corrida que o Senna perdeu enquanto estava na ponta? E o que achou do vídeo? Valeu a pena trazer este recorte de uma das trajetórias mais impressionantes de todos os tempos do automobilismo?

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