Como a Brabham desapareceu

Vídeo sobre como desapareceu a Brabham, a fabricante britânica de carros de corrida e equipe de Fórmula 1 fundada por Jack Brabham que foi responsável por dois dos três campeonatos conquistados por ninguém menos que Nelson Piquet.

Adicionado a 22 de outubro de 2025 Valewson Vídeos, Automobilismo Descrição completa

Descrição completa

Este vídeo originalmente publicado a 2 de junho de 2022 no Projeto Motor conta como desapareceu a Motor Racing Developments, comumente conhecida como Brabham, a fabricante britânica de carros de corrida e equipe de Fórmula 1 responsável por dois dos três campeonatos conquistados por ninguém menos que o nosso Nelson Piquet.

Fundada em 1960 pelo piloto australiano Jack Brabham e pelo designer britânico-australiano Ron Tauranac, a escuderia teve uma história de sucesso de trinta anos, vencendo quatro Campeonatos Mundiais de Pilotos de Fórmula 1 da FIA e dois Campeonatos Mundiais de Construtores.

A verdade é que a Brabham é um dos nomes mais lendários da história da F1. Entretanto, a equipe deixou a categoria de maneira melancólica, e como este nome tão tradicional saiu de cena é justamente o que este vídeo aborda — do triunfo à falência, uma viagem que aborda uma parte substancial da própria história do automobilismo.

Da glória à inovação sob Ecclestone

A história da Brabham começou com um feito sem precedentes: em 1966 e 1967, Jack Brabham conquistou dois títulos mundiais — o primeiro deles pilotando um carro de sua própria equipe, um feito que jamais se repetiu na história da Fórmula 1. Após deixar o comando no início dos anos 1970, o time passou para as mãos de seu parceiro Ron Tauranac, que logo venderia a operação para um empresário então ainda pouco conhecido fora dos bastidores: Bernie Ecclestone.

Sob o comando de Ecclestone, a Brabham viveu um de seus períodos mais criativos: o dirigente montou uma equipe técnica de ponta, marcada por soluções engenhosas e ousadia técnica — traços que se tornaram uma assinatura da escuderia. Foi uma era em que a Brabham misturava inovação, eficiência e audácia, apostando em estratégias e projetos que desafiavam convenções.

O ápice veio nos anos 1980, quando Nelson Piquet conquistou dois títulos mundiais (1981 e 1983), o primeiro com motores Ford e o segundo com os potentes BMW turbo. A combinação entre o talento do piloto brasileiro, a visão técnica da equipe e o suporte de Ecclestone consolidou a Brabham como uma força que unia engenhosidade britânica e frieza de execução.

Entretanto, nos bastidores, começava a se formar a tempestade que encerraria essa era dourada.

O declínio e as trocas de comando

Enquanto Piquet e a Brabham colhiam vitórias, Ecclestone desviava cada vez mais sua atenção para um novo papel: o comando comercial da Fórmula 1, à frente da FOCA (Formula One Constructors Association). Ou seja, sua energia se concentrava em negociar direitos e contratos, deixando a equipe sem a mesma direção estratégica.

Assim, as decisões equivocadas começaram a se acumular. Em 1985, a Brabham apostou nos pneus Pirelli e perdeu competitividade frente às rivais. Também, o carro radical de 1986 — o BT55, apelidado de “carro-skate” pela aerodinâmica extremamente baixa — mostrou-se desastroso, enquanto o acidente fatal de Elio de Angelis em testes privados na França marcou o início de uma fase sombria.

No ano seguinte, a saída da BMW, fornecedora de motores, foi o golpe final para Ecclestone, que decidiu suspender as operações em 1988. A Brabham ficaria de fora da temporada, e embora seus engenheiros se envolvessem em projetos paralelos, como o protótipo Procar da Alfa Romeo, a equipe já não tinha um futuro garantido.

Quando Ecclestone finalmente vendeu a escuderia ao suíço Walter Brun, em 1989, a Brabham retornou com fôlego parcial. O novo carro, o BT58, trouxe resultados pontuais — como o pódio de Stefano Modena em Mônaco — mas a instabilidade financeira minava qualquer progresso, o que foez pouco tempo depois Brun vender a equipe a Joachim Luthi, que seria preso por evasão fiscal no mesmo ano.

O nome Brabham ainda tinha peso, mas o time já era uma sombra do passado.

O fim da linha e o legado

Em 1990, a Brabham foi comprada pelo grupo japonês Middlebridge, que pretendia reerguer a marca com motores Judd e pilotos promissores, incluindo David Brabham, filho do fundador. No entanto, os resultados decepcionantes e o endividamento crescente empurraram a equipe para o fundo do grid.

Em 1992, a situação financeira continuava desesperadora, e o time reaproveitou o carro do ano anterior e contratou pilotos pagantes, entre eles Giovanna Amati, uma das raras mulheres a disputar uma vaga na F1 moderna. Já o britânico Damon Hill, então piloto de testes da Williams, chegou a substituir Amati e levou a Brabham à pista em suas derradeiras corridas.

Mas a decadência era irreversível: dívidas por motores e equipamentos se acumulavam, componentes eram confiscados e o time passou a depender até de uma banda japonesa de heavy metal, que criou o inusitado “Brabham Aid” para arrecadar fundos, mas o esforço não bastou, e após o Grande Prêmio da Hungria de 1992, a Brabham encerraria definitivamente sua trajetória.

No total, foram 394 corridas disputadas, 35 vitórias, 2 títulos de construtores e 4 de pilotos. Um legado construído sobre coragem técnica e inovação, que transformou uma pequena equipe britânica em símbolo da engenhosidade do automobilismo.

Mesmo desaparecendo da Fórmula 1, a Brabham permanece viva na memória dos fãs — lembrada não apenas por seus triunfos, mas pela forma humana e criativa com que enfrentou as glórias e tragédias do esporte.

Curiosidade: o renascimento do nome Brabham

Décadas depois do fim da equipe, o nome Brabham voltou a ganhar vida, mesmo que agora fora das pistas da Fórmula 1. Em 2018, a família Brabham lançou a Brabham Automotive, marca focada em carros de pista e superesportivos, liderada por David Brabham, filho do fundador Jack. O modelo BT62, inspirado nos lendários carros da equipe, marcou o retorno simbólico de um dos nomes mais icônicos do automobilismo.


Se você se interessa por essas conexões entre passado e presente da F1, assista, comente abaixo e compartilhe o vídeo! Talvez também acompanhar canais como o Projeto Motor para mais outros conteúdos interessantes sobre o automobilismo.

VaLeW!

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