Semydeus - O nostálgico horror digital

Semydeus explora o nostálgico horror digital, o qual, também conhecido como digital horror, é apresentado como um gênero em ascensão que pode ser considerado uma versão do analog horror e tem forte apelo à Geração Z.

Adicionado a 25 de agosto de 2025, por Valewson. | Acesse à descrição completa

Este vídeo do canal Semydeus originalmente publicado em 17 de setembro de 2022 explora o nostálgico horror digital, o qual, também conhecido como digital horror, é apresentado como um gênero em ascensão que pode ser considerado uma versão do analog horror e tem forte apelo à Geração Z, marcada pela infância vivida na internet dos anos 2000 e 2010.

Do estranho ao assustador

Semydeus resgata a sensação inquietante de topar com vídeos sem propósito claro:

  • gameplays modificados que mostravam criaturas inexistentes, como King Kong no GTA San Andreas;
  • hacks de Pokémon que introduziam monstros “proibidos”, como o lendário Pokémon Caos Black;
  • vídeos mal editados em Movie Maker ou gravados com o saudoso Fraps, carregados de distorções, glitches e atmosferas incômodas. Note que o Fraps registrado era bem poderoso, só tinha o problema de gerar arquivos muito grandes mesmo e, eventualmente, ficou desatualizado.

Essas experiências, comuns no YouTube primitivo, formaram um terreno fértil para a imaginação coletiva — e, mais tarde, para a estética do horror digital.

Petscop e as narrativas ocultas

Um dos marcos do gênero é Petscop, série que simula gameplays de um suposto jogo perdido de PlayStation 1 cuja trama mistura exploração de cenários estranhos com relatos pessoais de traumas e desaparecimentos, borrando as fronteiras entre ficção e realidade, entre jogo e confissão.

No mesmo espírito surgem projetos como Minecraft Real Plus e GMod Nine Fun, que resgatam vídeos de gameplay da era 2010, só que povoados por presenças perturbadoras — como ecos digitais do Herobrine, a lenda urbana mais famosa do Minecraft.

O lado obscuro da nostalgia

O horror digital também se ancora em mitos antigos da internet:

  • o lendário Usuário 666, que transformava o próprio YouTube em um labirinto infernal;
  • vídeos amaldiçoados que prometiam tragédias a quem os assistisse;
  • animações em Flash perturbadoras do Newgrounds, onde o grotesco se misturava ao experimental.

Histórias reais, como a de Adam Christopher Fulton (Live Corps), cuja vida trágica adiciona uma camada ainda mais sombria às suas animações violentas, reforçam a sensação de que a fronteira entre ficção e realidade digital é tênue e instável.

Terror e memória

Se o analog horror explora o imaginário dos VHS e fitas perdidas, o horror digital ativa a memória de quem cresceu na primeira era do YouTube, do Flash e das comunidades online. O medo, neste gênero bem nichado, não vem apenas do sobrenatural, mas do reconhecimento: já estivemos lá, já clicamos nesses vídeos estranhos sem saber se eram reais ou montagem.

O horror digital, como mostra Semydeus, é menos sobre monstros virtuais e mais sobre a inquietação de revisitar a infância online, uma nostalgia que assusta porque lembra que até nossos momentos mais banais de navegação já estavam cheios de sombras.

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